Por Sérgio Fontenele
Além das 385 novas unidades habitacionais, a serem entregues aos desabrigados pelas águas da Barragem Algodões I, ações, como recuperação de estradas, reforma de escolas e restauração de equipamentos públicos - quadras poliesportivas, etc. - continuam sendo desenvolvidas. O Governo do Estado, através da Empresa de Gestão de Recursos do Estado (Emgerpi), está mantendo 15 frentes de serviço no Município de Cocal. Todas empenhadas em reconstruir o que foi destruído.
Esse aspecto da presença do Governo do Estado na região comprova que as ações do poder público estadual não foram interrompidas em nenhum momento, mesmo passados 57 dias da ruptura da Barragem Algodões I. Antes mesmo da tragédia, equipes da Emgerpi e Secretaria de Ação Social e Cidadania (Sasc) trabalharam incansavelmente junto às comunidades vitimadas. E continuam trabalhando.
As frentes de serviço da Emgerpi estão mobilizando cerca de 300 pessoas, contratadas em regime de diaristas. Esses operários atuam no Assentamento Cansanção e nos povoados Olho D’Água, Angico Branco, Frecheira de São Pedro, Tinguís, Franco, Tabuleiro e Boa Vista dos Libórios. O trabalho das frentes de serviço consiste basicamente na limpeza das áreas atingidas, removendo, separando e classificando todo o entulho. Assim, aproveita-se o que é possível.
No povoado Frecheira de São Pedro, por exemplo, 46 operários diaristas, contratados pela Emgerpi, estão empenhados na recuperação completa de uma quadra poliesportiva, parcialmente destruída em consequência da enxurrada causada pelo rompimento da Barragem Algodões I. A quadra está ganhando nova pintura, novas instalações elétricas, iluminação adequada para atividades noturnas e ainda novas telas de proteção, além da limpeza geral.
Até as traves receberam reparos e nova pintura. Segundo os homens à serviço da Emgerpi, as traves de Frecheira de São Pedro foram curiosamente arrastadas pelas águas, sendo encontradas a 200 metros de distância do local da quadra poliesportiva. No mesmo povoado, a frente de serviço avança, está fazendo a limpeza da área. É um trabalho que vem sendo feito há 30 dias aproximadamente.
Escola Agrotécnica
Em outro ponto, o serviço de recuperação da Escola Agrotécnica Deputado Ribeiro Magalhães está quase concluído. Todas as instalações elétricas e hidráulicas da Escola Agrotécnica, ligada à Secretaria da Educação e Cultura (Seduc), foram substituídas, depois de um processo de desintoxicação e higienização das instalações, contaminadas pelas águas da Barragem Algodões I. Foram, portanto, usados detergentes, mais de 50 garrafas de água sanitária e até vinagre.
Até o muro, derrubado pelas águas, foi reconstruído. Isso sem mencionar a pintura de todas as instalações internas e externas. No Assentamento Cansação, oito casas alagadas pela enxurrada, mas não comprometidas em suas estruturas, foram também pintadas pelas frentes de serviço da Emgerpi, que trabalha ainda na recuperação e abertura de acessos a povoados isolados pelas águas.
Novos acessos
É o caso de localidades, como Juá dos Araújos, Cobiça, Poço da Pedra e Serra do Arco. Esses povoados, não diretamente atingidos pelo desastre, ficaram praticamente inacessíveis por via terrestre, mas somente foram descobertos há algumas semanas. Mesmo assim, o Governo do Estado está empenhado em restabelecer antigos acessos inutilizados ou criar novas estradas vicinais de ligação a essas comunidades.