Adriana Carvalho
Funcionárias da Empresa de Gestão de Recursos do Piauí (Emgerpi) participaram, na manhã desta sexta-feira (9), da I Ciranda Temática Mulheres Emgerpi, com tema “Somos Mulheres. Somos Políticas”. No evento em alusão ao Dia Internacional da Mulher, as empregadas da empresa participaram das palestras: “A mulher nos Espaços de Poder", ministrada pela senadora Regina Sousa e "Políticas de Proteção e Enfrentamento a violência contra a Mulher”, proferida pela delegada civil Eugênia Villa.
Na I Ciranda Temática, promovida pela Diretoria de Processos Imobiliários da Emgerpi (DPI), as empregadas da empresa ouviram relatos sobre a importância do empoderamento feminino e da necessidade de inserir mulheres nos espaços de poder do país. Os mecanismos de proteção ,que a segurança pública estadual, disponibiliza atualmente para as mulheres, denunciarem os tipos de violências sofridas pelo gênero feminino, foram pautados no evento.
O Aplicativo Salve Maria, criado no Piauí, para agilizar denúncias e socorro às mulheres em situação de risco, foi um dos pontos principais da palestrada "Políticas de Proteção e Enfrentamento a violência contra a Mulher”, ministrada pela delegada Eugênia Villa. “Fizemos estudos sobre os crimes de feminicídios, pois para fazer políticas públicas para mulheres também foi preciso fazer estudos, planejar e confrontada com a realidade. É isso que faz valer uma política pública”, disse a delegada.
No evento, Eugênia Villa falou dos trabalhos e metas do Núcleo Investigativo de Feminicídio e do Núcleo de Violência de Estudo e Pesquisa de Gênero. “Desenvolvemos trabalhos através da Caravana Salve Maria. Através disso, levamos informações para várias cidades do Piauí, grupos sociais e comunidades, todos com o objetivo de sensibilizar a sociedade sobre a necessidade de debater e prevenir o problema do feminicídio no Piauí”, falou a delegada afirmando que os dados mostram que o feminícidio é local onde “as mulheres estão sendo mortas por serem mulheres”.
“A mulher nos Espaços de Poder", foi assunto discutido pela senadora Regina Sousa. De acordo com a senadora, a participação das mulheres nas esferas de poder ainda é muita pequena. “Hoje na Esplanada dos Ministérios não tem uma mulher. Esse poder é muito mal distribuído e precisamos nos inserir, até porque ocupar os espaços de poder é também um direito da mulher”.
Segundo a Diretora de Processos Imobiliários da Emgerpi (DPI/Casa do Mutuário), Ana Lúcia Gonçalves, o “objetivo do evento foi debater a necessidade da participação política das mulheres. Estamos no ano onde o debate eleitoral se aproxima e precisamos contextualizar esse tema, para que as mulheres possam despertar o desejo de participar da política”.
“Acredito que trazer os depoimentos de duas mulheres, que estão à frente de políticas públicas para as mulheres e que exercem o poder, pudesse apresentar as mulheres a necessidade delas inserir-se nos espaços de poder, pois como disse Michelle Bachelet: “Quando uma mulher entra na política, a mulher muda. Quando muitas mulheres entram na política, muda a política” .
O Diretor-presidente da Emgerpi, Ricardo Pontes, destacou que o problema da violência contra a mulher e o machismo são temas que devem ser abordados em todos os cenários sociais, inclusive no ambiente de trabalho e familiar. “É preciso mudar esse cenário de violência e cada um pode fazer sua parte, através também de debates que possam prevenir e alertar a sociedade sobre os riscos desse problema social”.
Sobre a importância de debater o empoderamento feminino e os números de crimes por feminicídio, a funcionária da Diretoria de Regularização Patrimonial da Emgerpi, Ivonete Gonçalves comentou que “as mulheres devem ter mais determinação na hora de denunciar a violência sofrida. Precisamos ser mulheres mais decididas, autênticas e bem resolvidas e deixar o medo de lado. Hoje tivemos uma demonstração do quanto as mulheres precisam se unir e fazer uma corrente de proteção contra os abusos praticados contra elas”. disse a funcionária.
Para a coordenadora do setor de controle interno da Emgerpi, Regina Reis, o evento foi importante para mostrar que “a mulher tem que buscar o seu lugar no cenário social. Hoje somos a maioria da população brasileira e na política ainda não temos uma paridade de cargos, ou seja, os homens estão sempre comandando. As palestras também serviram para nos alertar sobre o feminicídio, que é um problema grave que precisa acabar”.
O evento, ocorrido no auditório da Agência de Desenvolvimento Habitacional (ADH), contou com a presença de diretores e empregados do sexo masculino da Emgerpi. No evento, a artista do Movimento Cultura Negra Gil Nagou, apresentou sua música estilo HipHop, que retrata os problemas enfrentados pelas mulheres negras do Estado.