A Região Sul do Piauí tem se destacado, nos últimos anos, como uma das mais prósperas do Estado devido ao potencial agrícola que apresenta. Para incentivar o desenvolvimento desta região, a Empresa de Gestão de Recursos do Piauí (Emgerpi) vai iniciar o levantamento topográfico de uma área que abrange cerca de 700 mil hectares de terras, que foram herdadas com a extinção da Comdepi.
O objetivo desta ação é documentar o tamanho real da terra e dar início ao processo de regularização fundiária, que dará mais garantias às pessoas interessadas em investir dinheiro e trabalho no cerrado piauiense. Um exemplo disso são as aquisições de empréstimos bancários para investir na produção, já que muitas instituições se negam a realizar esta ação sem a legalização das terras.
A área abrange as cidades de Ribeiro Gonçalves e Baixa Grande do Ribeiro. Uma parte dessas terras foi doada pelo Estado com uma cláusula resolutiva que obriga o beneficiado a fazer investimentos no local em um prazo de cinco anos. Sem a regularização das terras, o Estado perde investimentos.
Um exemplo é o produtor rural Hideraldo Dotto que, em 2005 fundou – ao lado de 83 famílias - a cooperativa Coopercerrado e o Condomínio Laranjeiras, no município de Baixa Grande do Ribeiro. Em 2006 eles conseguiram os títulos da terra, mas só em abril deste ano foi expedida a licença para o plantio. Uma área de cerca de três mil hectares de terras foi preparada, mas apenas 200 hectares foram aproveitados para o plantio de arroz devido ao embargo judicial de um grupo que se diz dono da terra.
“Este trabalho vai ajudar na definição das áreas que pertencem ao Estado e, com isso, vamos conseguir tranqüilidade para acabar com as disputas judiciais com os que se dizem donos das áreas”, comenta Hideraldo Dotto. Ele ainda revela que a cooperativa investiu mais de R$ 1 milhão de reais para preparar a terra, contratar pessoal e construir barracões, porém as famílias ainda não conseguiram iniciar o plantio.
O georeferenciamento será executado pela empresa Geoplan – Consultoria, Planejamento e Serviços Limitados - que venceu a licitação feita pela Emgerpi. De acordo com o contrato, que tem recursos na ordem de R$ 3.757.500 reais, a Geoplan tem um prazo de seis meses para concluir o levantamento topográfico georeferenciado, bem como elaborar o cadastro e a avaliação das áreas de litígio nos dois municípios.