Por Thaís Araújo
Em 2008, quase 60 municípios piauienses tiveram o decreto de Situação de Emergência homologado pelo Governo do Estado. Padre Marcos, há cerca de 400 km de Teresina foi um deles. Como qualquer outra cidade situada na Região Semi-árida, a população encontra muita dificuldade em consumir água durante todo o ano. “Apesar de termos água encanada, ela é barrenta e salgada, porque vem de poços”, define Eliete da Conceição, que mora com sua família em uma comunidade do município.
Padre Marcos é banhado Pelo Riacho de Boa Esperança, que serve como fonte de água nos períodos mais secos, especialmente para manter vivas as principais fontes de renda dos moradores: os animais e as plantações. O riacho, porém, seca em determinadas épocas do ano, devido especialmente à irregularidade do período chuvoso na região.
Devido ao esforço conjunto dos Governos Federal e Estadual, este problema será amenizado e, não só as pessoas da cidade, mas toda a população ribeirinha terá uma fonte de água perene. Isso só foi possível graças à obra da Barragem do Estreito, que está pronta para ser inaugurada.
Após mais de seis anos paralisada, a Barragem do Estreito sofreu alterações em seu projeto, o que fez com que sua capacidade de armazenamento aumentasse em quase 25% em relação ao projeto inicial. Isso significa que o local pode guardar quase 24 milhões de metros cúbicos de água.
“Essa obra é grandiosa por possibilitar a regularização do leito, onde a água da chuva poderá ser armazenada e atender a população durante o período da seca, quando não há água na maioria dos rios piauienses”, destaca Carlos Alberto Costa, engenheiro da Empresa de Gestão de Recursos do Piauí (Emgerpi) e especialista em recursos hídricos. Ele vistoriou a obra juntamente com o engenheiro da empresa que executou o serviço de construção e técnicos do Instituto de Desenvolvimento do Piauí(Idepi).
Para aumentar a capacidade do reservatório, foi incluída no projeto a construção de um sangradouro complementar de 30 metros. Além disso, o local também ganhou uma escada (necessária para auxiliar os peixes durante o período reprodutivo), o cercado de proteção para a bacia hidráulica e o muro que liga a barragem à margem esquerda do riacho.
“A água da barragem nos dá mais segurança para o período de seca e, durante todo o ano, já serve para algum animal beber; nas cidades vizinhas, a dificuldade também é grande”, destaca Eliete da Conceição.
Para aproveitar o potencial de armazenamento da represa, ainda há o projeto de construção de uma adutora – que tem 140 km de extensão - e uma estação de tratamento de água. Assim, a Barragem do Estreito vai beneficiar, além das comunidades ribeirinhas, a população dos municípios de Padre Marcos, Belém do Piauí, Jaicós, Francisco Macedo, Marcolândia, Caldeirão Grande, Alegrete, São Julião, Vila Nova e Campo Grande. A obra está com quase 40% da estrutura montada e é de responsabilidade da Secretaria Estadual de Infra-estrutura (Seinfra).
Além do Governo do Estado, a Barragem do Estreito recebeu investimentos da Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco (Codevasf) e do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs). Ao todo, quase R$ 14 milhões foram investidos nessa ação.
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