As águas baixaram um pouco na madrugada desta quinta-feira (14), permitindo o início de obras de reforço e reduzindo o risco de rompimento da parede da Barragem Algodões I, no município de Cocal, a cerca de 300 quilômetros de Teresina, na região Norte do Piauí.
A informação foi passada pelo próprio governador Wellington Dias, que esta manhã esteve no local, acompanhando as providências para atendimento da população da área ribeirinha.
Mais de 80 homens do Corpo de Bombeiros e da Polícia Militar do Piauí estão na região ajudando na retirada dos ribeirinhos. Segundo o comandante do Corpo de Bombeiros, coronel Francisco Barbosa, cerca de100 famílias já saíram da área de risco e foram alojadas em prédios públicos. As que decidiram permanecer procuraram abrigo em locais mais altos, fora do alcance das águas.
A Barragem Algodões I, que fica a 10 quilômetros do centro da cidade de Cocal, represa o rio Pirangi, que nasce no Estado do Ceará, foi construída no início dos anos 2000 e tem capacidade de armazenar até 52 milhões de metros cúbicos de água. Este ano, sangrou pela primeira vez e o volume de água superou a capacidade de armazenamento, provocando fissuras na parede e ameaçando romper.
O engenheiro Carlos Alberto Rocha, da Empresa de Gestão de Recursos do Piauí (Emgerpi), que está acompanhando a evolução do problema, explicou que devido ao grande volume de água houve um deslizamento de terra no ombro direito da barragem, danificando uma parte das placas de proteção da parede. Com a corrosão, a própria parede passou a ficar comprometida. Mesmo com as águas baixando, ele admite que ainda há risco de rompimento.
Ao visitar o local, o governador Wellington Dias foi informado pelos engenheiros da real situação de Algodões I e demonstrou otimismo com a possibilidade de início das obras de concretagem e reforço da parede, que diminuirão o risco. Mesmo assim, por medida de precaução, determinou que os ribeirinhos permaneçam afastados da região.
O grande volume de água em Algodões I se deve, em grande parte, as chuvas na cabeceira do Pirangi, no Ceará. Se a barragem romper, as águas provocarão destruição num raio de 3 quilômetros de largura nas duas margens do rio, no trecho entre Cocal e Buriti dos Lopes. Por conta disso, toda a região encontra-se em estado de alerta e monitorada pelo Corpo de Bombeiros e Polícia Militar, para uma rápida evacuação em caso de necessidade.
Para acompanhar os trabalhos, o Governo do Estado trouxe para Cocal o engenheiro cearense, Luiz Hernandes, responsável pela construção da obra. Vários outros engenheiros estão no local, entre eles Norbelino Lira de Carvalho, presidente do Instituto de Desenvolvimento do Piauí (Idepi) e especialista em barragens.
Fonte: Ccom