O Corpo de Bombeiros confirmou, no início da tarde desta quinta-feira (28), a morte de Francisca Maria Pereira, de 12 anos, vítima do rompimento das paredes da Barragem Algodões I, na zona rural do município de Cocal, região Norte do Piauí. Ela morava às margens do rio Pirangi e foi atingida pelas águas.
O governador Wellington Dias foi avisado agora a pouco, quando se encontrava em Buriti dos Lopes, município que também foi fortemente atingido pelas águas da barragem. Ele lamentou a morte da adolescente.
Durante toda a manhã, quando esteve em Cocal, o governador assumiu o comando das operações de resgate e salvamento, determinando vários sobrevoos ao longo de toda a extensão do Pirangi, entre a Barragem Algodões I e o município de Buriti dos Lopes, onde o rio deságua no Parnaíba e o risco desaparece.
O Governo do Estado dispõe, em Cocal, de helicópteros do próprio Estado, do Governo do Ceará e alugados, que estão desde cedo percorrendo todo o trecho atingido pelas águas. “Foi um verdadeiro tsunami”, reconheceu Wellington Dias, depois de sobrevoar a área.
O rompimento da barragem aconteceu às 16h05 de quarta-feira, provocado pelas fortes chuvas que caíram no Ceará, onde fica a cabeceira do rio Pirangi, em cujo leito foi construída a barragem, que tinha capacidade para armazenar 52 milhões de metros cúbicos de água.
A lâmina de água do sangradouro da barragem, que havia diminuído bastante, permitindo até mesmo o início de obras de reforço na parede externa, subiu de repente, chegando a mais de 20 centímetros de altura, por conta das águas que chegavam do Ceará, provocando um rasgo de cerca de 50 metros na parede e ocasionando o rompimento.
O tenente-coronel Sideny, que desde o início do problema comanda o batalhão da Polícia Militar do Piauí, que se encontra em Cocal, deslocou homens para os principais pontos das margens do rio, que trabalharam toda à noite no resgate de famílias inteiras. Pela manhã, na localidade Franco, a mais próxima da barragem, três pessoas dadas como desaparecidas foram localizadas nas matas das imediações e resgatadas. Elas não conseguiram retornar para a cidade e subiram para a parte mais alta, salvando suas vidas.
A Companhia Energética do Piauí (Cepisa) desligou a rede de distribuição de energia em Cocal, e o município permanece às escuras desde às 20 horas de quarta-feira. Um grupo gerador mantém em funcionamento o sistema de abastecimento de água da cidade, para que a população não fique sem água potável. A rede elétrica foi desligada por conta da grande quantidade de postes caídos.
Segundo técnicos da Secretaria Estadual de Defesa Civil, que também estão no local, a estimativa é de que 500 famílias - cerca de 2,5 mil pessoas - perderam suas casas. Eles perderam também plantações e uma grande quantidade de animais, principalmente cabras, porcos e bois.
Por determinação do governador Wellington Dias, os helicópteros que estão em Cocal continuarão sendo usados nos próximos dias na busca de pessoas que ainda possam, necessitar de socorro. Ambulâncias do Sistema Único de Saúde (SUS) estão a postos ao longo do rio e os prontos socorros de Parnaíba, Piripiri e de Teresina estão preparados para atender às vítimas das águas, caso necessário.
**Fonte: Ccom