As águas da Barragem Algodões I, em Cocal, cuja parede rompeu na última quarta-feira à tarde, cortaram, na noite de quinta-feira (28), as cabeceiras da ponte sobre o rio Pirangi, na BR 343, a 5 quilômetros da cidade de Buriti dos Lopes e a 30 quilômetros de Parnaíba, deixando isolada toda a região litorânea do Piauí.
Segundo o capitão Rivelino, comandante da guarnição de 25 homens do Corpo de Bombeiros que se encontra no local, não houve vítima fatal. No entanto, ele reconhece que complicou ainda mais a situação de cerca de 100 famílias da zona rural de Buriti dos Lopes, que se encontram isoladas.
O governador Wellington Dias, que esteve na cidade no início da tarde de ontem, determinou o envio imediato de mais cinco barcos para Buriti dos Lopes, para que os Bombeiros possam resgatar essas famílias. Além disso, já estão chegando alimentos e cobertores para as vítimas da cheia, enviados pela Secretaria Estadual de Defesa Civil.
As águas da Barragem Algodões I, que fica a 85 quilômetros de Buriti dos Lopes, começaram a chegar de maneira mais forte à ponte sobre o rio Pirangi, na BR 343, por volta das 17 horas, obrigando a Polícia Rodoviária Federal a interditar o trecho, proibindo a passagem de veículos pelo local. A estrada rompeu por volta de 22 horas. A água provocou um rasgo de cerca de 50 metros nos dois lados da ponte.
Da BR até o rio Parnaíba, onde deságua o Pirangi, as águas percorrem ainda cerca de 10 quilômetros. A partir daí o perigo deixa de existir, por que a bacia suporta o grande volume de água da barragem sem maiores problemas.
“Pela primeira vez na história o Pirangi registra tamanho volume de água”, conta a vice-prefeita de Buriti dos Lopes, Elcira Perci, que estava no local no início desta manhã. Adianta que na região conhecida como Vaquejador, a situação piorou por conta das águas, aumentando o número de famílias isoladas, sem qualquer contato por terra com a cidade. “Ajuda para essas pessoas só de helicóptero”, avisa.
Para o ex-vereador Bernardo Carvalho do Val, a coisa não é diferente: ”Em toda a minha vida nunca vi coisa parecida em Buriti dos Lopes”.